sexta-feira, 11 de julho de 2014

Fracos resultados a Inglês levam Crato a generalizar ensino da língua a todos os alunos do 3.º ano em 2015/2016

Maioria dos alunos do 9.º ano tem conhecimentos abaixo do que seria esperado no seu grau de ensino. O alargamento do Inglês no 3.º ano a todas as escolas foi anunciado na apresentação dos resultados do teste de diagnóstico de Inglês do 9.º ano feito por Cambridge.

Todos ao alunos do 3.º ano de escolaridade vão passar a ter Inglês obrigatório no ano lectivo de 2015/2016, disse o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, nesta sexta-feira. O alargamento a todas as escolas da disciplina, que se previa que fosse lançada naquele ano, mas em projectos-piloto, foi anunciado na cerimónia de apresentação dos resultados do teste de diagnóstico de Inglês do 9.º ano, que revelaram que cerca de 47% dos alunos do 9.º ano estão nos dois níveis mais baixos do teste de Cambridge, ou seja, não têm sequer conhecimentos ao nível do 7.º ano.
Segundo Nuno Crato,  a generalização no 3.º ano da oferta da disciplina, que terá uma carga horário mínima de duas horas semanais, obrigará a "um novo recrutamento de professores de inglês no ensino básico". Isto implicará, por sua vez, um concurso extraordinário de professores. O ministro não adiantou, contudo, qual será o número de vagas e quando será aberto esse concurso.
Para que esta oferta seja generalizada, no ano lectivo de 2014/2015 os professores de Inglês de diferentes níveis de ensino terão, assim e antes da abertura desse concurso, formação para darem aulas do 1.º ciclo, seja didáctica ou relativa a conteúdos. Será ainda criado um mestrado de Inglês para ensino básico, disse o governante.
Os resultados do Key for Schools não foram alheios a estes anúncios. Nuno Crato considera que é necessário apostar no ensino da disciplina aos estudantes mais novos, de forma a melhorar o desempenho dos alunos. Segundo os dados fornecidos pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), 47,2% dos alunos ficaram "abaixo do nível de referência para o teste em apreço", que foi obrigatório para os alunos do 9.º ano.
Destes cerca de 47% dos alunos do 9.º ano que têm dificuldade na disciplina - que não alcançaram os objectivos, que estão em níveis que podem ser considerados negativos -,  24,3% estão mesmo no nível mais baixo da escala - o Pré A1 - e 22,9% no imediatamente a seguir, o A1.
Nos dois patamares seguintes estão os restantes alunos do 9.º ano: 31,6% estão no nível A2, o que significa que têm conhecimentos equivalentes ao 7º ano e apenas 21,1% tem, de facto, conhecimentos B1, isto é, próprios do seu grau de ensino, o 9.º ano.

Assimetrias regionais
Na parte de leitura, cerca de 50% dos alunos tiveram um desempenho fraco. 16% estão no nível a seguir e apenas 10% tiveram um resultado bom. O nível excepcional fica-se em 24%. No que respeita a escrita e compreensão do que se ouve, 47% dos alunos são fracos, 17% estão no degrau a seguir (chama-seBorderline) e só 7% tiveram bom. 29% dos alunos são excepcionais a escrever e a perceber o que escutam.
Na componente oral (speaking), o nível Borderline - o segundo mais baixo - é aquele com mais peso: 48%. No nível fraco estão 26%, a mesma percentagem que somam, juntos, os bons e os excepcionais.
Quanto a regiões do país, os melhores resultados pertencem à área da Grande Lisboa e os mais fracos à zona do Tâmega e do Douro. Depois da Grande Lisboa, nos primeiros lugares, segue-se o Baixo Mondego, o Grande Porto e a Península de Setúbal. O Baixo e o Alto Alentejo, a Beira Interior Norte ou Alto-Trás-os-Montes ou a área do Pinhal Interior, surgem, entre outros, nos últimos lugares da tabela.

Teste para o ano
Nas conclusões, o IAV considera que “estão criadas condições para a aplicação, desejavelmente no próximo ano lectivo, do teste PET − Preliminary English Test for Schools”, ou seja, o nível a seguir. Recomenda-se ainda a “definição e aplicação de medidas de apoio pedagógico específicas para os alunos cujos resultados se situaram, no teste Key for Schools, nos níveis Pré-A1 e A1”, os patamares mais baixos. “Em termos futuros, deve equacionar-se, desde já, uma evolução da certificação da proficiência linguística que possa criar as condições para uma aplicação bem-sucedida do teste FCE for Schools (First Certificate of English) para os alunos do sistema de ensino português, no final da escolaridade obrigatória”, lê-se ainda.
Recorde-se que os resultados deste teste de diagnóstico foram adiados e apenas conhecidos nesta sexta-feira, por falta de professores avaliadores.

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