terça-feira, 28 de maio de 2013

"A não gratuitidade das AEC seria desvirtuar o sistema"





Jorge Ascenção é o novo presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais. Aumentar o número de alunos por turma e alterar programas curriculares são medidas que lhe custam a entender.
A defesa intransigente da educação pública global e inclusiva, com qualidade, é um dos principais objetivos da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP). Jorge Ascenção tomou posse, substituindo assim Albino Almeida, e adianta que melhorar a representatividade da CONFAP - passando de um mero cumprimento legal a um cumprimento responsável, fundamentado e assertivo - está nos seus planos. "Seremos uma voz oportuna e profícua", garante.

Jorge Ascenção, presidente da Federação de Pais do Concelho de Gondomar, membro do conselho-geral do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto, licenciado em Gestão Financeira, defende uma efetiva autonomia da gestão das escolas para evitar altos e baixos no dia a dia da comunidade educativa. Até porque, na sua opinião, a estabilidade do processo educativo é uma exigência da qualidade da educação pública. A CONFAP continua disponível para discutir e apresentar propostas que respondam ao superior interesse de crianças e jovens.
"É fundamental que os pais e encarregados de educação estejam presentes e, através de uma conjugação de esforços e sinergias, consigam proporcionar o melhor ambiente socioeducativo que lhes permita uma formação integrada no meio em que vivem."


EDUCARE.PT: Quando tomou posse na CONFAP, elegeu como objetivo uma maior participação parental nas escolas. Os pais estão alheados do que se passa nas escolas?
Jorge Ascenção (JA): Não é possível generalizar. Felizmente, há hoje uma maior consciencialização das famílias, e da comunidade educativa em geral, da importância de se construírem parcerias, de conhecerem e de se envolverem mais nas escolas. As associações de pais, enquanto estrutura organizada representativa dos pais e encarregados de educação, serão a via mais correta de participação dos mesmos na construção destas parcerias. No entanto, há também um conjunto relevante de pais e encarregados de educação que ainda não terá entendido a importância da sua participação e do seu contributo para uma melhor escola, julgando que dos seus filhos tratam eles, o que não deixa de ser verdade, mas há que entender a dimensão social da escola e da educação e que as crianças e jovens não se desenvolvem isoladas do meio que as envolve. Assim, é fundamental que os pais e encarregados de educação estejam presentes e, através de uma conjugação de esforços e sinergias, consigam proporcionar o melhor ambiente socioeducativo que lhes permita uma formação integrada no meio em que vivem.

Por outro lado, é ainda necessário que a escola e alguns dos seus profissionais se vão libertando de preconceitos ainda existentes e entendam a participação da comunidade na e com a escola, como uma mais-valia. Hoje, com uma escola global e que se pretende inclusa, é essencial que as crianças e jovens sejam acolhidos na sua plenitude ou se preferirmos nas suas diferentes dimensões. É assim crucial que as famílias e as escolas conheçam e consigam entender os comportamentos e atitudes das crianças e dos jovens, quer em contexto escolar quer em contexto familiar, já que nem sempre as reações são semelhantes perante situações idênticas mas que ocorrem em contextos distintos. É o que queremos dizer com a necessidade das famílias conhecerem os seus filhos enquanto alunos (comportamentos e atitudes na escola, convivência com os colegas e com os professores) e que as Escolas entendam os seus alunos enquanto filhos (atitudes e reações perante os pais e irmãos). É fundamental conhecer o perfil emocional das crianças e dos jovens.

É, pois, nosso objetivo contribuir para uma maior e mais esclarecida participação dos pais e encarregados de educação nas escolas, e sobretudo que o nosso contributo seja no sentido de se estabelecerem verdadeiras parcerias entre as escolas e as respetivas associações de pais e de encarregados de educação.

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(Fonte: Educare)

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